Em meio a tantas mudanças causadas pelo isolamento social, desafios surgiram em todas as áreas da sociedade, inclusive na educação. Com o fechamento das escolas, gestores, professores, alunos e familiares tiveram que sair da zona de conforto para se adaptar aos novos modelos de ensino e, com o tempo, reuniões via aplicativo, vestibulares e avaliações online tornaram-se o novo normal. Porém, a crise também gerou oportunidade: o isolamento físico fez aumentar a procura por startups de educação, que foram impulsionadas nesse período.
As Edtechs (nome acrônimo das palavras Education e Technology) são startups que propõem soluções digitais para o processo de ensino e aprendizagem, promovendo novas maneiras de ensinar e aprender através da utilização de tecnologia. As soluções desenvolvidas por essas empresas nascentes costumam ser incorporadas aos processos de ensino-aprendizagem, por meio de aplicativos e ferramentas que utilizam plataformas digitais, realidade virtual, inteligência artificial e gamificação de formas inovadoras.
Um estudo divulgado pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb) e a Associação Brasileira de Startups (ABStartups) mostra que o número de edtechs cresceu 23% nos últimos dois anos, indicando que o número de startups na área educacional no Brasil pulou de 364 para 449.
O motivo desse crescimento acelerado diz respeito às contribuições das edtechs para a educação, entre elas tornar as aulas de professores mais dinâmicas e atrativas, buscando inserir novos recursos didáticos, com a possibilidade de acompanhar o progresso pedagógico de alunos mais facilmente. Dessa maneira, nas plataformas adaptativas, por exemplo, o software possibilita identificar o estágio do aprendizado do aluno e acompanhar o seu desenvolvimento e dificuldades no processo, propondo trilhas de aprendizagem específicas para cada estudante, também facilitando o processo de avaliação pelos professores.
A Pro4edu, edtech que busca oferecer soluções tecnológicas criativas e eficazes, traz para o Brasil o modelo finlandês de aprendizagem de matemática por meio da ferramenta pedagógica Eduten Playground, desenvolvida e monitorada pela Universidade de Turku, na Finlândia. A ferramenta inovadora traz a linguagem dos jogos para a resolução de exercícios matemáticos e é um exemplo de tecnologia que facilita o aprendizado, por meio de exercícios divertidos, que permite o acompanhamento do progresso pedagógico, análise de aprendizado dos estudantes e análise de pontos fortes e fracos de cada aluno.
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Outro exemplo de iniciativa inovadora na educação que vem dando certo é a startup Descomplica, que oferece cursinhos online para o ENEM, vestibular de medicina e demais vestibulares, em mais de 3000 aulas pré-gravadas, aulas ao vivo, monitoria, correção de redações, questionários com gabarito em tempo real e um fórum de perguntas e respostas com mais de duas mil questões respondidas para alunos em fase pré-vestibular. Ao todo, a Edtech já recebeu R$ 100 milhões de investidores e recebe 5 milhões de visitantes por mês, entre pagantes e não pagantes e desde o começo do ano, com a pandemia, a audiência só cresce.
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Certamente o cenário da educação não será o mesmo depois da pandemia. Impulsionadas pelo distanciamento social, as edtechs estão atuando na mudança da forma de ensinar e aprender, oferecendo novas abordagens e propondo caminhos inovadores através da tecnologia.